terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Mais que amigos

Mais que amigos.



– Oi.
– Oi né.
– O que foi?
– Nada.
– Acha mesmo que vou acreditar que você está brava por nada?
– Não estou brava.
– Ah, não? Então porque saiu da minha casa tão rápido.
– Porque eu não queria ficar lá.
– Mas por quê?
– Horas por que... Você me mandou calar a boca e depois me chamou de idiota.
– Desculpe.
– Tarde demais não acha?
– Não. Até porque a culpa foi sua.
– Minha? Porque a culpa foi minha?
– Porque você me provocou.
– Eu não disse nada demais.
– Você disse que isso, essa mancha vermelha na sua boca tinha sido uma mordida.
– E daí?
– E daí, que eu não gostei.
– Por quê?
– Por nada.
– Me diz por que não gostou. Ficou com ciúmes?
Ele riu.
– Claro que não.
– E então?
– Eu estava fazendo graça.
– Aham, sei.
– Serio.
– Não acredito.
– Acredite no que quiser.
– ótimo. Era isso? Então já vou.
– Espera.
– O que?
– Tá. Eu fiquei com ciúmes.
– Porque não disse logo?
– Porque eu não deveria sentir ciúmes de você. Somos amigos, então...
Sorri.
– É, somos amigos...
– É.
– Quer que eu seja sincera?
– Sobre o que?
– Sobre você. Antigamente... Quando não nos falávamos muito. Eu meio que gostava de você.
Ele sorriu.
– É, eu sei... Estranho né?
–Não.
– Pois é.
– Mas, você gostava?
– Sim.
– Quer dizer que não gosta mais?
– Bom, somos amigos não é? O que eu sinto por você é a mesma coisa que você sente por mim.
– Ah.
– Então, o que sente por mim?
– Eu gosto de você, sua idiota.
Nós rimos.
– Eu também.
– Mas de que forma?
– Da mesma que a sua.
– Mas eu gosto de você de verdade.
– Eu também.
– Não só como amigos.
– Ah, para de tirar onda com a minha cara.
– Não estou.
– Você sempre está.
– Não dessa vez.
– Então é serio?
– Sim.
Sorri novamente.

– Que bom. Porque eu também.

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